Revista TriploV de Artes, Religiões e Ciências

Direção|Maria Estela Guedes & Floriano Martins

PÁGINA INDEX Número 02|Novembro de 2009

 

NÚMERO 02

Novembro de 2009

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Editorial

Com o número 02 (dois) damos início à publicação de uma nova revista, que se espera venha a ser nova para além do facto circunstancial de ter nascido agora, em finais de 2009.

Toco com este intróito um dos dois problemas que ela levanta no meu espírito. Primeiro, a questão do novo, relacionada com o desejo, a pulsão para a utopia: gostava tanto que a Revista TriploV de Artes, Religiões e Ciências viesse a ser a Orpheu do século XXI!... Ou mesmo a VVV, fundada por André Breton em Nova Iorque... Vou fazer um esforço, mas o que é preciso para tanto?

Bem, passemos adiante, passemos adiante da facilidade de criar mais uma revista que se limita a divulgar certo número de casos e coisas, e da impossibilidade de criar sozinha, ou de braço dado com Floriano Martins, um objeto cultural que traga dentro a pólvora, o rastilho e a explosão de um mundo novo. Entre vencer novos Trabalhos de Hércules, e receber algumas dádivas dos deuses, era preciso que se vislumbrasse no horizonte um clarão de ideias novas para a arte, de soluções da ciência para a sobrevivência de Gaia, a nossa casa global, e de um caminho das religiões para a salvação da nossa graça.

Em suma: uma revista nova nas propostas e manifestações artísticas depende de novas ideias da Filosofia, de novos paradigmas científicos, de novos sistemas políticos, de novas doutrinas religiosas e, naturalmente, daquilo que tanto tem apoiado os artistas - a tecnologia. Novas tecnologias abrem a porta a novas expressões da arte. Nós somos uma revista em suporte electrónico, publicada na Internet, com alguns textos específicos do meio (sem possibilidade de circulação fora dele), e só isso já nos assegura a novidade que partilhamos com as congéneres e parte da originalidade que nos é intrínseca.

Não me esqueço da singularidade de cada artista, ela existe e contribui para o mundo novo, mas não basta se o mundo não estiver apto a mudar em coletivo e no seu todo.

Sem uma revolução no horizonte, a língua da arte não alcançará mais do que balbuciar o possível. Por isso a revista será o que viermos a fazer dela, todos os que nela participarmos, e não a obra que Floriano Martins e eu devaneamos. Não temos o poder de criar um mundo novo a partir do ovo da nossa fantasia. Podemos no entanto estar no lugar certo na hora certa, isso, sim... E ter criado já um espaço de acolhimento para jovens artistas que nos apareçam nascidos num tempo de mudança. Ficamos de orelha à escuta dos sinais para nos incitarmos à alegria da criação.

O que pomos da mesa de sugestivo, para nos inspirar, além da internacionalidade e dos falares diversos, portanto das diferentes culturas, é uma série de três vasos com distintos elixires mágicos: artes, religiões e ciências, na riqueza enorme da sua pluralidade. Não, não se trata de a revista se dividir em três partes ou de podermos distribuir ordeiramente as matérias em três gavetas. Vamos nós, gente das ciências práticas, naturais e exactas, ocupar-nos, por exemplo, da poesia. Pensam que não existe ciência e arte nos textos dos ritos religiosos? Sim, alguém há de aparecer a mostrar-nos essa coabitação, que é um caminho. E julgais que não existe mito e ficção no texto científico? Pois bem vos enganais, a ciência já foi e ainda é, para muitos, uma religião. Que a arte mistura tudo, e mais do que isso, no mesmo cadinho, já o sabíamos.

Que os três elementos circulem nos vasos comunicantes, eis o desejo. Podem ser mais de três os vasos, nada de limites. Só o símbolo precisa de ser contido, as frases não devem ser excessivas, os nomes ficam mais belos se reduzidos. Eis então o que proponho, com a cumplicidade de Floriano Martins: tendamos para o alto e para o belo, e não tenhamos medo do impossível.

Maria Estela Guedes
Britiande, 22.10.09

MARIA ESTELA GUEDES (Britiande, Portugal, 1947)
Escritora, editora, agente cultural. Alguns livros publicados: Herberto Helder, Poeta Obscuro (Lisboa, Moraes Editores); Ernesto de Sousa - Itinerário dos itinerários (Lisboa, ed. Museu Nacional de Arte Antiga); Tríptico a Solo (São Paulo, Editora Escrituras); Chão de Papel (Lisboa, Apenas Livros); Geisers (Bembibre, ed. Incomunidade). Obras levadas à cena: O Lagarto do Âmbar (ACARTE); A Boba (teatro Experimental de Cascais).
Currículo em:  http://www.triplov.com/estela_guedes/curriculo/index.html
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