Revista TriploV DE Artes, Religiões e Ciências

Direção|Maria Estela Guedes & Floriano Martins

PÁGINA INDEX Número 02|Novembro de 2009

 

NÚMERO 02

NOVEMBRO 2009

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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PAULO BRITO E ABREU

Liber Mundi

LIBER MUNDI 

MIGUEL TORGA, OUTRA VEZ

Ao Mário Máximo

ao Carlos Carranca

à Teresa Rita Lopes

Irmão, cultivador e meu ciúme,

Quem foi que te enviou meu santo-e-senha?

Foi talvez o meu lar, talvez o lume:

Dai-me novas dos Contos da Montanha.

 

Irmão, eu forte e macho, eu como tu:

Das pedras nós fazemos tamarindo.

Dai-me novas do Rei que andava nu,

Do indez que era muito lindo, lindo.

 

Irmão, ao nosso lado, a flava Ceres,

E em terra, levedada fica a massa…

Mas tarda aqui a voz… se tu quiseres,

Não dês novas, Irmão, duma desgraça.

 

Irmão, a minha Luz, a minha leiva,

Que eu fui praga, e fui preso eu pois de novo,

Mas enquanto houver salga, cima, seiva,

Dai-me novas… da Língua para o povo.

 

Lisboa, 31/01/2007

 

SIC ITUR AD ASTRA 

O ÁGAPE E AS ARAS

in memoriam de Max Heindel

de todo o coração, à Célia Moura

..................I

 

Eras laude, eras leda uma criança,

E o mundo a teus pés, o escriturário;

Tinhas lai, tinhas loira uma aliança,

Eras Santa Luzia aniversário.

 

Ó moira, idealista no idílio,

Amora já de Abril, manancial,

Amor, que és a luzida no exílio,

E em mim tu já me sagras Ideal.

 

Ó frol, em cujas aras eu sou crente,

Menina, cuja perla Amor encanta,

O nino sagitífero é semente,

A nana sagitária me agiganta.

 

....................II

 

Mas quem alça, quem mede e clemencia

Na barca lilial, Ave-Maria?

 

Se eu canto aqui o lai, Senhora lede

As amoras, os Vedas e a alçada;

A Vinha do alvor, ó via, vede,

O verde e o concorde é Madrugada.

 

Lisboa, 27/02/2009

 

AD MAJOREM DEI GLORIAM

NO LIVRO DE TOTH

ao Luís Resina

in memoriam de Eliphas Levi

...............I

 

Maria, minha Flora,

Quando eu ao lai me ligo,

A Santa é uma canora

E a loira está comigo.

 

Caminha, ao arrebol,

Na Aurora, que me alia,

A Lua, verde Sol

E a Fátima Maria.

 

E explana a Paz e pão

E mana, eu digo humano,

O Santo, o Salomão

E Oriente Lusitano

 

A dar-me, no compasso,

Madria, quando ardo,

O poço, mais o paço

E o teu solerte esquadro.

 

.............II

 

Verde e vela vem veloz,

«Sou Poeta, quem vem lá?»

E aduz, e diz a Voz:

«O Tarot, e a Torah.»

 

Mas quem é Flávia, e a flux,

E quem é cruciferário?

Caminha em Cristo, na Cruz,

O Cavaleiro Templário.

 

 

Lisboa, 27/09/2009

PAULO JORGE BRITO E ABREU

 

Paulo Jorge Brito e Abreu nasceu em Lisboa, Portugal, a 27 de Maio de 1960. Licenciou-se, em 1986, em Estudos Anglo-Portugueses, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É Poeta, pensador, ensaísta, conferencista, crítico literário, cantor e psicodramatista; encetou, em 2007, uma carreira de Pintor. Desde 1999, é Sócio Correspondente da Academia Carioca de Letras; no ano 2000, a União Brasileira de Escritores atribuiu-lhe, em parabém, a Medalha Peregrino Júnior de Intercâmbio Cultural. Por o seu contributo para a Cultura Portuguesa, foi agraciado, em 2006, com uma medalha, pela Escola Secundária D. Diniz. E por meados, primaveris, dos anos 60, sua Mãe, Maria Amélia, ensinou-o, correctamente, a ler, a escrever e a contar…

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