|
PAULO BRITO E ABREU
Liber Mundi
|
|
|
LIBER MUNDI
MIGUEL TORGA, OUTRA VEZ |
Ao Mário
Máximo
ao Carlos
Carranca
à Teresa
Rita Lopes |
Irmão,
cultivador e meu ciúme,
Quem foi que
te enviou meu santo-e-senha?
Foi talvez o
meu lar, talvez o lume:
Dai-me novas
dos Contos da Montanha.
Irmão, eu
forte e macho, eu como tu:
Das pedras nós
fazemos tamarindo.
Dai-me novas
do Rei que andava nu,
Do indez que
era muito lindo, lindo.
Irmão, ao
nosso lado, a flava Ceres,
E em terra,
levedada fica a massa…
Mas tarda aqui
a voz… se tu quiseres,
Não dês novas,
Irmão, duma desgraça.
Irmão, a minha
Luz, a minha leiva,
Que eu fui
praga, e fui preso eu pois de novo,
Mas enquanto
houver salga, cima, seiva,
Dai-me novas…
da Língua para o povo.
Lisboa,
31/01/2007 |
|
SIC ITUR AD ASTRA
O ÁGAPE E AS ARAS |
in memoriam
de Max Heindel
de todo o
coração, à Célia Moura |
..................I
Eras laude,
eras leda uma criança,
E o mundo a
teus pés, o escriturário;
Tinhas lai,
tinhas loira uma aliança,
Eras Santa
Luzia aniversário.
Ó moira,
idealista no idílio,
Amora já de
Abril, manancial,
Amor, que és a
luzida no exílio,
E em mim tu já
me sagras Ideal.
Ó frol, em
cujas aras eu sou crente,
Menina, cuja
perla Amor encanta,
O nino
sagitífero é semente,
A nana
sagitária me agiganta.
....................II
Mas quem alça,
quem mede e clemencia
Na barca
lilial, Ave-Maria?
Se eu canto
aqui o lai, Senhora lede
As amoras, os
Vedas e a alçada;
A Vinha do
alvor, ó via, vede,
O verde e o
concorde é Madrugada.
Lisboa,
27/02/2009 |
|
AD MAJOREM DEI GLORIAM
NO LIVRO DE TOTH |
ao Luís
Resina
in memoriam
de Eliphas Levi |
...............I
Maria, minha
Flora,
Quando eu ao
lai me ligo,
A Santa é uma
canora
E a loira está
comigo.
Caminha, ao
arrebol,
Na Aurora, que
me alia,
A Lua, verde
Sol
E a Fátima
Maria.
E explana a
Paz e pão
E mana, eu
digo humano,
O Santo, o
Salomão
E Oriente
Lusitano
A dar-me, no
compasso,
Madria, quando
ardo,
O poço, mais o
paço
E o teu
solerte esquadro.
.............II
Verde e vela
vem veloz,
«Sou Poeta,
quem vem lá?»
E aduz, e diz
a Voz:
«O Tarot, e a
Torah.»
Mas quem é
Flávia, e a flux,
E quem é
cruciferário?
Caminha em
Cristo, na Cruz,
O Cavaleiro
Templário.
Lisboa,
27/09/2009 |
PAULO
JORGE BRITO E ABREU
Paulo
Jorge Brito e Abreu nasceu em
Lisboa, Portugal, a 27 de Maio de
1960. Licenciou-se, em 1986,
em Estudos Anglo-Portugueses,
pela Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas da Universidade Nova de
Lisboa. É Poeta, pensador, ensaísta,
conferencista, crítico literário,
cantor e psicodramatista; encetou,
em 2007, uma carreira de Pintor.
Desde 1999, é Sócio Correspondente
da Academia Carioca de Letras; no
ano
2000, a
União Brasileira de Escritores
atribuiu-lhe, em parabém, a Medalha
Peregrino Júnior de Intercâmbio
Cultural. Por o seu contributo para
a Cultura Portuguesa, foi agraciado,
em 2006, com uma medalha, pela
Escola Secundária D. Diniz. E por
meados, primaveris, dos anos 60, sua
Mãe, Maria Amélia, ensinou-o,
correctamente, a ler, a escrever e a
contar…
CONTATO: paulobritoeabreu@yahoo.com.br |
|
|